UGC no marketing: O que é e principais estratégias
Em um cenário de saturação da mídia paga e crescente desconfiança do consumidor em relação à publicidade tradicional, o UGC (User Generated Content) surge como uma das estratégias mais autênticas e eficazes no marketing contemporâneo. Traduzido como “conteúdo gerado pelo usuário”, o UGC representa todos os tipos de conteúdo (textos, imagens, vídeos, avaliações) criados e publicados por consumidores, e não pelas marcas.
A importância do UGC está em sua capacidade de ampliar a adição da comunicação de marca por meio da prova social, um conceito central no comportamento do consumidor digital. Estudos de mercado indicam que mais de 80% dos consumidores injetam mais nas recomendações de outros clientes do que em publicidade paga. Essa tendência evidencia o papel estratégico do UGC como facilitador de decisões de compra e acelerador do funil de vendas.
Além disso, o UGC contribui diretamente para a redução do custo por aquisição (CPA), uma métrica essencial para mensuração de desempenho em campanhas digitais. Quando bem estruturado, o conteúdo gerado por usuários permite aumentar a taxa de conversão com menor investimento em mídia paga, otimizando o retorno sobre o investimento (ROI).
O que é UGC em marketing?
Em marketing, o UGC é entendido como qualquer tipo de conteúdo criado por indivíduos que não estão oficialmente ligados à marca.
Isso inclui avaliações em e-commerce, depoimentos em vídeo, fotos de produtos nas redes sociais, comentários em blogs ou até mesmo vídeos no YouTube demonstrando o uso de um produto ou serviço.
A estratégia diferencial do UGC reside na sua realização percebida. Ao contrário dos conteúdos institucionais, o conteúdo gerado pelo usuário possui uma narrativa espontânea, geralmente não roteirizada, o que gera maior identificação e engajamento por parte do público-alvo.
No contexto do inbound marketing, o UGC pode ser utilizado como ativo de nutrição em todas as etapas do funil de vendas. Na fase de atração, ele reforça a descoberta da marca por meio de conteúdos virais ou sugeridos. Na etapa de compreensão, atua como prova social. Já na fase de decisão, influência diretamente na conversão, ao fornecer evidências concretas da experiência de outros clientes.
Como trabalhar com UGC?
A adoção estratégica do UGC requer planejamento, ferramentas de curadoria e uma abordagem ética em relação à coleta e uso do conteúdo dos consumidores. As principais etapas para implementar UGC com eficiência incluem:
-
- Mapear pontos de contato com o cliente : identificar onde e como os consumidores interagem com a marca, seja no pós-compra, no atendimento ou nas redes sociais.
-
- Incentivar a criação de conteúdo : campanhas com hashtags, desafios e concursos são estratégias comuns para estimular a produção de UGC de forma orgânica.
-
- Curar e reutilizar o conteúdo : com autorização do autor, a marca pode integrar o UGC em páginas de produto, anúncios, e-mails e demais canais de marketing.
-
- Medir impacto : o desempenho do UGC deve ser medido com base em métricas como CPA, tempo de permanência na página, taxas de conversão e engajamento.
Vale ressaltar que o UGC não substitui o conteúdo de marca, mas o complementa com uma camada de legitimidade social difícil de ser alcançada apenas com estratégias tradicionais de mídia.
8 marcas brasileiras que trabalham com conteúdo gerado pelo usuário
Diversas marcas brasileiras vêm adotando o UGC como componente central de suas estratégias de marketing. A seguir, destacamos oito empresas que utilizam o conteúdo gerado pelo usuário com excelência:
-
- Natura – Estímulo comerciais e clientes a compartilharem resultados reais dos produtos nas redes sociais, reforçando a proposta de valor sustentável da marca.
-
- Magalu (Magazine Luiza) – Integra UGC em páginas de produto com avaliações, fotos e vídeos reais de consumidores, elevando a confiança na compra.
-
- Reserva – Utilize hashtags como #usareserva para promover conteúdos espontâneos de clientes usando peças da marca, com forte apelo visual e emocional.
-
- Amaro – Reúne UGC para representar diversidade de corpos e estilos, promovendo inclusão e promoção nas campanhas.
-
- Desinchá – Baseia boa parte de seu conteúdo promocional em avaliações reais de consumidores, especialmente no Instagram e TikTok.
-
- Cacau Show – Incentiva os clientes a postarem suas experiências com os produtos, especialmente em datas comemorativas, gerando engajamento sazonal.
-
- Vivara – Reposta fotos de clientes usando suas joias, o que contribui para o reforço do posicionamento aspiracional da marca.
-
- Três Corações – Estimula os consumidores a compartilharem sua rotina com cafés da marca, associando o produto a momentos do cotidiano.
Marketing de influência em 2025
Em 2025, o marketing de influência passa por uma reestruturação baseada em desempenho e alterações. A ascensão de micro e nano influenciadores, combinada à expansão dos criadores de UGC, redesenha o panorama da influência digital.
O foco deixa de ser apenas o alcance e passa a ser o impacto no funil de vendas. Isso se reflete na adoção de modelos híbridos, que combinam mídia paga com conteúdos gerados por influenciadores e usuários. As tendências são investir menos em grandes celebridades digitais e mais em criadores com menor audiência, porém com alto poder de conversão e conexão com nichos específicos.
Além disso, há um avanço significativo em plataformas que operam com inteligência artificial para identificar os melhores momentos e formatos para uso do UGC, aumentando a previsibilidade do CPA e o retorno sobre o investimento.
Diferenças entre criadores de UGC e influenciadores tradicionais
UGC Creators são profissionais contratados para produzir conteúdos com aparência de espontaneidade, simulando a experiência de um consumidor comum. Eles não precisam ter audiência própria, pois seu foco é criar ativos reutilizáveis para campanhas de mídia paga ou páginas de produto.
Já os influenciadores tradicionais baseiam-se no seu valor na audiência construída. Sua entrega principal está no alcance e no engajamento orgânico com seus seguidores.
As diferenças principais entre eles incluem:
-
- Objetivo : Criadores de UGC visam conversão; influenciadores buscam visibilidade.
-
- Modelo de entrega : UGC é conteúdo licenciado; influência é ativação da rede.
-
- Métricas de sucesso : UGC é medido por CPA e conversão; influência, por engajamento e alcance.
-
- Custo-benefício : campanhas com UGC tendem a ter menor custo por ação.
Principais plataformas de criadores de UGC
A profissionalização do mercado de UGC levou ao surgimento de plataformas que conectam marcas e criadores. Entre as principais no Brasil e no exterior, destaca-se:
-
- Billo – Foco em vídeos UGC para e-commerce, com entrega rápida e escalável.
-
- Trend – Plataforma brasileira que une marcas a criadores autênticos com foco em performance.
-
- Insense – Atua globalmente com produção de conteúdo para anúncios de alta conversão.
-
- Influu – Reunir criadores e influenciadores de UGC, oferecendo soluções completas.
-
- Spark – Além da influência, oferece soluções customizadas de conteúdo UGC sob demanda.
4 estratégias de marketing de influência para sua marca
-
- Aposte em UGC como conteúdo de performance : utilize UGC em mídia paga, especialmente em remarketing e campanhas no Meta Ads, para baixar o CPA.
-
- Integre UGC ao funil de vendas : incluindo avaliações, vídeos e imagens de clientes nas landing pages e no fluxo de e-mails.
-
- Contrate criadores de UGC para produzir material escalável : construa uma biblioteca de vídeos e imagens com alta taxa de conversão para suas campanhas.
-
- Crie programas de incentivo : proporcione benefícios ou reconhecimento aos consumidores que compartilhem conteúdo espontâneo sobre seus produtos ou serviços.